Algumas escolas particulares do Distrito Federal utilizam ou passam a utilizar, nesse ano, tecnologia de tablets. Tablets são computadores de mão em forma de prancheta, sensíveis ao toque, que surgiram no início de 2010. O Centro Educacional Sigma começa a implementá-los no ensino em 2012, enquanto o Dínatos COC já usa os aparelhos.
A rede COC de ensino é conhecida pelo uso de tecnologias avançadas em aulas. O Dínatos COC (604 sul) possui salas equipadas com quadros digitais com tecnologia touch (sensível ao toque) conectados a computadores. A escola possui também o projeto LapCOC, que visa disponibilizar um laptop para cada aluno.
Fotos: Ellen Rocha |
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Um LapCOC sendo recarregado em sala de aula |
“Eles são materiais didáticos e já estão inclusos na matrícula. Alunos podem usar os computadores e tablets durante o ano letivo e devem devolvê-los antes das férias”, explica Robson Caetano, supervisor de tecnologia do COC. Os professores da rede são treinados para aplicar a tecnologia nas aulas, e alunos também podem fazer atividades digitais em casa, como tarefa.
No Centro Educacional Sigma (Asas Sul e Norte), o uso de tablets começará pelo primeiro ano do Ensino Médio. Eles também funcionarão como material escolar, já que conteúdos dos livros-texto serão carregados neles. O coordenador da cadeira de Física e professor da escola, André Fratezzi, diz que cabe aos responsáveis providenciarem o tablet que preferirem. Fratezzi organiza a implementação da tecnologia no Sigma e espera que, em três anos, toda a escola possa utilizá-la. O aluno Bernardo D’Avila, do primeiro ano, diz que “é bem melhor, porque os livros são muito pesados para carregar. O tablet é pequeno, junta tudo e ainda é mais interativo”.
“Estamos preparando os professores para utilizarem os aparelhos não só como se fossem livros, mas também lançar mão de aplicativos didáticos, por exemplo”, explica Fratezzi. Ele acredita que, em alguns anos, redes sociais poderão ser usadas no ensino, e cita o exemplo da Atlantic Idiomas, escola de línguas que funciona no Sigma e já utiliza redes sociais com os alunos para conectá-los a estudantes estrangeiros.
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O professor André Fratezzi utiliza um tablet para mostrar aos alunos do Sigma aplicativos que reproduzem e ilustram fenômenos físicos |
Por outro lado, a rede pública de ensino carece de tecnologia. O Ministério da Educação possui alguns projetos – como o Regime Especial de Aquisição de Computadores Para Uso Educacional (Recompe) , o Programa Um Computador por Aluno (Prouca) e o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) – que propõem distribuição de computadores em escolas públicas em todo o país. Entretanto, o atendimento ainda é deficiente e apenas 4% das escolas públicas brasileiras possuem computador em classe. Número insignificante para atender aos 43,9 milhões de alunos da rede pública do país.
Josineide Barroso, diretora da Escola Classe 114 Sul, diz que o colégio possui laboratório de informática, mas não para uso durante as aulas. “Os computadores foram todos doados pela população, e são utilizados em oficinas do ProInfo fora do horário de aula com auxílio de monitores, que são universitários”, esclarece.
De acordo com pesquisa sobre o Uso da Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), 100% das escolas analisadas possui pelo menos um computador e 93% delas possui internet. Porém, indica que o número de computadores por aluno é insuficiente, e que esta é a principal barreira para o uso efetivo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). O número insuficiente de computadores conectados à internet e a falta de equipamento que possa ser usado por alunos com deficiência também são as maiores limitações da rede pública.
Já os professores apontam a falta de suporte técnico e capacitação como maiores obstáculos ao uso da internet com fins pedagógicos e consideram que os alunos sabem mais sobre o uso da tecnologia do que eles. Para sanar a dificuldade, o governo oferece cursos de capacitação para professores e gestores de escolas públicas para que possam desenvolver projetos a serem utilizados em sala de aula e mesmo formar e aprofundar os conhecimentos dos professores.
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