- Carla Guedes
Na mochila, o aluno carrega um tablet, e não um caderno. O giz não entra mais na sala de aula porque o professor escreve na tela sensível ao toque. A tendência high tech da escola do futuro vem ganhando espaço.
Defensores da entrada da tecnologia na sala de aula argumentam que estudantes que contam com ajuda de um computador desenvolvem melhor análise crítica, capacidade de pesquisa e habilidades com informática.
Os contrários temem por professores despreparados para meios digitais e sustentam que o foco do ensino tem de estar no tempo integral, na discussão teórica de temas atuais e na educação para a cidadania.
Rafael Silva
Antigo quadro negro já é coisa do passado. Uma escola de idiomas em Maringá já substituiu lousa por um ‘tablet gigante’
Para sustentar a tese de que a inclusão digital não deve ser prioridade da escola de 2040, a doutora em Filosofia da Educação, Lizia Helena Nagel, resgata uma sala de aula dos anos 70, quando o aluno era alfabetizado em seis meses.
"Ele aprendia por métodos tradicionais, agora taxados de autoritários", diz. "Hoje, existem inúmeros recursos que poderiam facilitar a aprendizagem, mas que o se tem é uma criança que consegue ler e escrever depois de quatro anos frequentando a escola."
A ideia de que a compra do tablet recém-lançado tornará o ensino uma atividade produtiva e eficiente está sendo seguida por governos. Um exemplo é o anúncio da compra de 600 mil aparelhos para serem usados em escolas públicas brasileiras. "O estudante está sendo informatizado, mas não podemos dizer que esses instrumentos resultaram em aprendizagem mais eficiente e rápida", critica a pesquisadora.
O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Raymundo de Lima, doutor em Educação, diz que o perigo em investir em tecnologia está em não preparar o professor para saber usá-la e cita que hoje muitos sequer sabem utilizar o editor de slides. "A tendência é que a escola do futuro seja cheia de parafernália tecnológica, mas pobre de conteúdo e de professor culto", teme.
"Ele aprendia por métodos tradicionais, agora taxados de autoritários", diz. "Hoje, existem inúmeros recursos que poderiam facilitar a aprendizagem, mas que o se tem é uma criança que consegue ler e escrever depois de quatro anos frequentando a escola."
A ideia de que a compra do tablet recém-lançado tornará o ensino uma atividade produtiva e eficiente está sendo seguida por governos. Um exemplo é o anúncio da compra de 600 mil aparelhos para serem usados em escolas públicas brasileiras. "O estudante está sendo informatizado, mas não podemos dizer que esses instrumentos resultaram em aprendizagem mais eficiente e rápida", critica a pesquisadora.
O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Raymundo de Lima, doutor em Educação, diz que o perigo em investir em tecnologia está em não preparar o professor para saber usá-la e cita que hoje muitos sequer sabem utilizar o editor de slides. "A tendência é que a escola do futuro seja cheia de parafernália tecnológica, mas pobre de conteúdo e de professor culto", teme.
SERVIÇO
Pesquisa do Comitê Gestor
da Internet aponta que só
4% das escolas públicas
têm computador em sala
de aula.
O levantamento revela
que 18% dos professores
usam internet em classe
e que as escolas públicas
da Região Sul estão na
frente. Enquanto 56% dos
docentes do Sul usam
internet nas aulas, o
porcentual médio no
Brasil é de 44%.
Pesquisa do Comitê Gestor
da Internet aponta que só
4% das escolas públicas
têm computador em sala
de aula.
O levantamento revela
que 18% dos professores
usam internet em classe
e que as escolas públicas
da Região Sul estão na
frente. Enquanto 56% dos
docentes do Sul usam
internet nas aulas, o
porcentual médio no
Brasil é de 44%.
Na visão de Lizia, o avanço na educação depende da maior participação dos pais para que o nível médio tenha qualidade da graduação e da implantação do ensino integral, desde que traga consigo mais professores e maior espaço físico.
A professora de Tecnologias da Educação da UEM, Anair Altoé, doutora em Educação, alerta que sozinha, a tecnologia não produz efeito positivo sobre o ensino, mas junto com o professor bem formado, melhora a qualidade do conhecimento.
Ainda falta confirmação científica do impacto que o uso da tecnologia provoca no desempenho acadêmico, mas Anair já percebe mudanças. "Os alunos que usam computador e internet nas atividades frequentam mais a biblioteca para aprender a confirmar as informações", diz.
A professora de Tecnologias da Educação da UEM, Anair Altoé, doutora em Educação, alerta que sozinha, a tecnologia não produz efeito positivo sobre o ensino, mas junto com o professor bem formado, melhora a qualidade do conhecimento.
Ainda falta confirmação científica do impacto que o uso da tecnologia provoca no desempenho acadêmico, mas Anair já percebe mudanças. "Os alunos que usam computador e internet nas atividades frequentam mais a biblioteca para aprender a confirmar as informações", diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário