Salman Khan: “Vamos usar vídeos para reinventar a Educação”
Em 2004, o engenheiro Salman Khan decidiu postar alguns vídeos com lições de matemática no YouTube. Khan trabalhava como analista de um fundo de investimentos em Boston, nos Estados Unidos, e em suas horas vagas gravava e editava o material, cuja finalidade prática era reforçar pontos específicos das matérias que vinha ensinando à distância aos seus primos de Nova Orleans.
Logo após as primeiras aulas, ele teve uma surpresa: os primos preferiam a “versão YouTube” ao modelo anterior (em que o aprendizado era estático, embora interativo). O motivo? Ao assistirem às lições pela internet, Khan lhes atendia “sob demanda”. Eles sentiam-se livres do receio ou da vergonha de fazê-lo “perder tempo” voltando a conceitos que deveriam já ter aprendido e ainda podiam ver e rever as lições completas quantas vezes quisessem.
Com o tempo, muitas outras pessoas também aprovaram a proposta de Khan: “Essa foi a primeira vez que eu sorri fazendo uma derivada”, uma delas comentou sobre uma das lições. As manifestações de desconhecidos eram tantas e tão positivas que ele rapidamente percebeu que — sem pretender, mas intuindo — havia desenvolvido um modelo útil para professores, pais e alunos do mundo todo que buscavam reforço ou se interessavam por novos modelos para o ensino e a aprendizagem de temas específicos.
Hoje, o que ele batizou de “Khan Academy” possui um acervo de mais de2,7 mil vídeos que abordam de cálculo vetorial à história da arte, passando por finanças, biologia, química, astronomia… E, embora tudo o que alguém possa se interessar em aprender seja pelo menos em parte explicado pelos vídeos, Khan não contesta a relevância do professor em sala de aula.
Pelo contrário, ele crê valorizar esse papel ao apostar em duas vias: a primeira é a possibilidade do ensino orientado e colaborativo, como ocorre em seus vídeos, que pode assumir boa carga dos compromissos escolares: “Imagine o que acontecerá se um aluno de Calcutá puder tutorar seu filho, ou se o seu filho puder ajudar esse garoto em Calcutá”, disse ele em apresentação no evento TED (vídeo acima).
Como consequência, a segunda via aposta na equação aluno-tempo-valioso-com-o-professor. “Num modelo tradicional, a maior parte do tempo do professor é gasta dando matérias e avaliando. Talvez 5% ou 10% do tempo seja destinado a sentar e realmente trabalhar com eles. Agora, 100% poderá ser assim”. A sala de aula global, diz Khan, é o que sua escola virtual está tentando construir.
Para conhecer melhor suas ideias, assista ao vídeo acima (aqui, com legendas em português), conheça a Khan Academy e acesse este canal do YouTube, mantido por voluntários brasileiros que estão dublando as video-aulas de Khan.
Fonte: http://blog.aticascipione.com.br/dicas/salman-khan-academy
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